Como a tipografia revolucionou a história

“De acordo com a definição do Grande Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, tipografia é o ‘conjunto de procedimentos artísticos e técnicos que abrangem as diversas etapas da produção gráfica (desde a criação dos caracteres até a impressão e acabamento), espelhados no sistema de impressão direta com o uso de matriz em relevo; imprensa.’” (Araújo).

A tipografia está por toda parte, isto é, ela é onipresente: está nas ruas, escolas, roupas, livros e revistas, hospitais, enfim, ela está por todo lugar. A tipografia é um termo de origem grega, em que typo é marca ou impressão; e graphé significa escrita. Sendo assim, a tipografia é a arte de compor e imprimir com tipos móveis. Contudo, hoje o termo está mais relacionado a harmonizar os tipos de maneira que se organizem em um projeto gráfico. Tendo em vista a sua importância no nosso cotidiano, os questionamentos ivadem nossa mente: como tudo isso começou e como a tipografia revolucionou a história?

Apesar de não serem tipos propriamente ditos, a tipografia surge na pré-história com as pinturas rupestres, pois havia uma necessidade de comunicação entre os semelhantes, o que possibilitou uma melhor organização e, posteriormente, a fala desenvolvida. No decorrer do tempo, a tipografia foi tomando mais forma, pois na Mesopotâmia surge a escrita cuneiforme, isto é, a grafia era esculpida numa tábua de argila. Depois os egípcios melhoraram com a criação dos hieróglifos e eram escritos no papiro, o que facilitava o envio das mensagens. E assim a tipografia foi ganhando seu espaço e se aperfeiçoando, conforme o passar do tempo.

Entretanto, somente o clero tinha acesso aos manuscritos da época. Foi então que, por volta de 1438 d.C, na Alemanha, na cidade por nome Mainz, surge uma das invenções mais fantáticas e revolucionárias da história: a prensa tipográfica, também conhecida como a prensa de Gutenberg. Ela recebe este nome pois quem a criou foi um homem chamado Johannes Gutenberg, um gênio que percebeu que poderia produzir vários exemplares de uma maneira mais eficiente.

Para efetuar a impressão, Gutenberg fundia os tipos móveis em metal ( a largura poderia variar, mas a altura permanecia constante) e os organizava para que o texto fosse impresso todo justificado. A tinta usada era especial, pois não escorria e não corria risco de manchar outras áreas (não desejadas) do papel. Em seguida, depois de organizar os tipos numa matriz e passar a tinta, ele colocava a prensa sobre o papel e era feita a impressão. Ele poderia realizar esse processo quantas vezes quisesse e o texto permaneceria igual, até ele mudar a matriz. O primeiro livro a ser impresso por Gutenberg foi a Bíblia Sagrada e a fonte utilizada por ele foi a gótica.

Foi a partir deste grande marco, ou seja, o surgimento da prensa tipográfica, que a história foi transformada. Este evento possibilitou o surgimento do protestantismo na Europa, pois barateou o custo de se produzir um livro – antes da prensa, os livros tinham valores equivalentes aos preços de terras – fazendo com que as pessoas tivesse acesso à Bíblia, o que causou um certo desconforto no clero.

“A invenção da tipografia pode ser classificada ao lado da criação da escrita como um dos avanços mais impostantes da civilização. Escrever deu à humanidade um meio de armazenar, recuperar e documentar conhecimento e informações que transcendiam o tempo e o espaço; a impressão tipográfica permitiu a produção econômica e múltipla da comunicação alfabética. O conhecimento se disseminou rapidamente e a alfabetização aumentou em decorrência dessa notável invenção.”(Meggs, 2009, págs. 90,91). Graças a Gutenberg e sua invenção, os livros se espalhando pelo mundo, contribuindo como sendo uma das principais fontes de conhecimento e informações que são passados e reconstruídos de geração em geração.

ARAÚJO, Felipe. "Tipografia". Disponível em: <https://www.infoescola.com/design-grafico/tipografia/>. Acesso em 23/11/2017.